FORMAÇÃO SOBRE O MISSAL ROMANO
“Na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da
Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá
aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora
pelo Espírito Santo.”
(Presbyterorum Ordinis N.º 5)
“Todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício, realiza-se a obra da nossa redenção”
(Sacramentário Veronense; IGMR 2)
“A celebração eucarística, como toda a Liturgia, realiza-se por meio de sinais sensíveis, pelos quais se alimenta, fortalece e exprime a fé. Para isso, deve haver o máximo cuidado em escolher e ordenar as formas e os elementos propostos pela Igreja que, atendendo às circunstâncias de pessoas e lugares, mais intensamente favoreçam a participação ativa e plena e mais eficazmente contribuam para o bem espiritual dos fiéis.”
(IGMR 20; EDREL 288)
A reforma da Liturgia latina, decidida pelo Concílio Vaticano II, encontra a sua expressão concreta nos livros litúrgicos ou rituais. Os livros são oficialmente publicados pela Congregação do Culto Divino (a chamada «edição típica»), depois de promulgados pelo Santo Padre. A tradução para o português -nem sempre fácil – é feita pelo Secretariado Nacional de Liturgia. Entra em vigor depois de aprovada pela Conferência Episcopal e ratificada pela Santa Sé. Entre nós já estão em vigor numerosíssimos livros litúrgicos. Façamos uma referência especial ao Missal Romano, já que um acólito o deve saber utilizar, pelo que necessita de conhecer o seu conteúdo. Após quatro séculos sobre a publicação do Missal Romano Tridentino, promulgado por Bula do Papa Pio V (daí ser conhecido por Missal de S. Pio V), com data de 14 de Julho de 1570. O «novo» Missal (Missale Romanum) segundo o espírito da reforma do Concílio Vaticano II, foi promulgado pelo Papa Paulo VI, na Quinta-feira Santa de 1969, através da Constituição Apostólica Missale Romanum.
Entre nós, depois de terem sido utilizadas várias traduções parcelares e provisórias, foi finalmente publicada a versão portuguesa do Missale Romanum (entrou em vigor no Primeiro Domingo do Advento de 1992), em edição comum a Portugal e aos países africanos de língua oficial portuguesa.
O Missal, entre os costumados «preliminares», apresenta as Normas Universais do Ano Litúrgico e do Calendário, com o Calendário Romano Geral com o próprio dos países a que se destina. É a partir destes documentos que se elabora, anualmente, o Diretório Litúrgico, espécie de agenda que existe em qualquer sacristia, pois a ela temos de recorrer para os preparativos da celebração da Missa.
Voltemo-nos para o corpo do Missal. Segue esta ordem:
- Próprio do tempo
- Ordinário da Missa
- Ordinário da Missa com Canto
- Próprio dos Santos
- Missas Comuns
- Missas Rituais
- Missas e Orações para Diversas Necessidades
- Missas Votivas
- Missas dos Defuntos
- Completam o Missal quatro Apêndices, com formulários diversos.
O Próprio do Tempo
O Missal apresenta os diversos Tempos do Ano Litúrgico, do Domingo I do Advento ao Domingo XXXIV do Tempo Comum (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo), dispostos pela seguinte ordem:
Para cada dia do Advento, do Natal, da Quaresma e do Tempo Pascal, o Missal contém a Oração da Coleta, a Oração sobre as Oblatas e a Oração depois da Comunhão, e ainda a Antífona de Entrada e a Antífona de Comunhão.
Durante o Tempo Comum, as orações e antífonas próprias para cada Domingo, repetem-se depois durante os dias feriais, se outro critério não for usado.
O Ordinário da Missa
Apresenta-se em duas modalidades: uma sem canto (p. 440-549), e outra com canto (p. 576-800). Contém as intervenções do Presidente da assembleia e as respostas do Povo comuns a todas as Missas. Ou seja:
1.Ritos Iniciais (p. 440-445)
- Signação
- Saudação (várias formas)
- Ato Penitencial (três formas)
- Invocações Kyrie, eleison (omite-se quando é utilizada a terceira forma ou o Rito para a aspersão dominical da água benta (Apêndice IV, p. 1359-1365).
- Hino Glória a Deus (Oração Coleta)
2. Liturgia da Palavra
Para a Liturgia da Palavra -leituras e cânticos intercalares -é preciso recorrer ao Lecionário. De fato, o Missal, ao contrário daquilo que o nome sugere, não contém todas as partes da Missa. Para a celebração, são necessários dois livros: o Missal e o Lecionário. O Missal é o livro do Presidente; o Lecionário, o livro do Leitor. Fica assim mais patente a distinção de ministério e funções na assembleia celebrante.
Os elementos da Liturgia da Palavra que constam do Ordinário, são os seguintes:
- Profissão de Fé
- Oração Universal ou Oração dos Fiéis
Atualmente existe um livro próprio com todos os formulários para a Oração Universal ou dos fiéis, no Missal existem alguns formulários no Apêndice IV (p. 1366-1380).
3.Liturgia Eucarística
- Preparação das Oferendas (p. 450-451)
(Oração sobre as Oblatas)
- Oração Eucarística
- São 114 o número de Prefácios, encontrando-se no Ordinário os mais utilizados (p. 453-513);
- Incluídas no Ordinário, há 4 Orações Eucarísticas (p. 515-543); porém, no Missal, temos ainda as seguintes:
- 4 Orações Eucarísticas para as Missas diversas (p.1157-1179);
- Orações Eucarísticas para as Missas da Reconciliação (Apêndice I, p. 1314- 1325);
- Orações Eucarísticas para as Missas com Crianças (Apêndice II, p. 1326-1341).
4.Ritos da Comunhão (p. 544-547)
-Pai Nosso
-Embolismo
-Rito da Paz
-Comunhão
(Oração depois da Comunhão)
5.Ritos de Conclusão (p. 548-549)
-Bênção Final
Em certos dias e em ocasiões especiais, a Bênção Final pode ser precedida de outra forma de Bênção Solene ou da Oração de Bênção sobre o Povo que no Missal vêm a seguir ao Ordinário (p. 553-567 e 569-574, respectivamente).
-Despedida
Nota:
- o Apêndice III (p. 1343 - 1357) contém o Ordinário da Missa e a Oração Eucarística II em latim.
- O Apêndice IV. Além do que já foi indicado na altura própria (rito para a aspersão dominical da água benta e formulários para a Oração Universal), contém ainda o rito para designar ocasionalmente um Ministro da Sagrada Comunhão (p. 1381) e o Anúncio Solene do Dia da Páscoa a fazer na solenidade da Epifania do Senhor (p. 1382).
O Próprio dos Santos (p. 803-997)
É o conjunto dos formulários próprios para as solenidades, as festas e as memórias dos Santos desde o dia 2 de Janeiro a 31 de Dezembro, bem como as solenidades e festas do Senhor, excetuando as que estão incluídas no Próprio do Tempo.
Nas solenidades, festas e memórias obrigatórias (MO), os formulários indicados no Missal são obrigatórios. Nas memórias facultativas (MF), deixa-se uma grande margem de liberdade quanto à escolha de formulários.
O Próprio dos Santos (p. 803-997)
É o conjunto dos formulários próprios para as solenidades, as festas e as memórias dos Santos desde o dia 2 de Janeiro a 31 de Dezembro, bem como as solenidades e festas do Senhor, excetuando as que estão incluídas no Próprio do Tempo.
Nas solenidades, festas e memórias obrigatórias (MO), os formulários indicados no Missal são obrigatórios. Nas memórias facultativas (MF), deixa-se uma grande margem de liberdade quanto à escolha de formulários.
Missas Comuns (p. 1001 -1057)
É um conjunto de formulários que servem indistintamente para comemorações do mesmo tipo. Seguem uma ordem de importância:
-Comum da Dedicação de uma Igreja
-Comum de Nossa Senhora
-Comum dos Mártires
-Comum dos Pastores da Igreja
-Comum dos Doutores da Igreja
-Comum das Virgens
-Comum dos Santos e Santas
Por exemplo: é dia de São Brás, Mártir (3 de Fev.). Verificamos no Diretório Litúrgico que se trata de uma MF «memória facultativa». A coleta vem no Próprio dos Santos. As antífonas, o prefácio, a oração sobre as oblatas e a oração depois da comunhão, teríamos de escolher entre os que são propostos no Comum dos Mártires.
Missas Comuns (p. 1001 -1057)
É um conjunto de formulários que servem indistintamente para comemorações do mesmo tipo. Seguem uma ordem de importância:
-Comum da Dedicação de uma Igreja
-Comum de Nossa Senhora
-Comum dos Mártires
-Comum dos Pastores da Igreja
-Comum dos Doutores da Igreja
-Comum das Virgens
-Comum dos Santos e Santas
Por exemplo: é dia de São Brás, Mártir (3 de Fev.). Verificamos no Diretório Litúrgico que se trata de uma MF «memória facultativa». A coleta vem no Próprio dos Santos. As antífonas, o prefácio, a oração sobre as oblatas e a oração depois da comunhão, teríamos de escolher entre os que são propostos no Comum dos Mártires.
Missas e Orações para Diversas Necessidades (p. 1155-1250)
Trata-se de uma série de Missas próprias para diversas circunstâncias ou diferentes necessidades. No Missal, vêm distribuídas em 4 grupos:
-Pela Igreja (p. 1181-1213)
-Pela sociedade civil (p. 1214-1222)
-Em diversas circunstâncias da vida social (p. 1223-1242)
-Por alguma necessidade particular (p. 1243-1250).
Esta seção do Missal abre com a Oração Eucarística V, que possui 4 prefácios próprios e as intercessões correspondentes às diversas circunstâncias ou necessidades.
Missas Votivas (p. 1253-1274)
São Missas que podem ser escolhidas segundo a piedade dos fiéis, para celebrar alguns mistérios cristãos.
Por exemplo: Na 1ª Sexta-feira do mês, se o Diretório Litúrgico não indicar nada em contrário, pode substituir-se a Missa do Próprio do Tempo, pela Missa Votiva do Sagrado Coração de Jesus.
Missas de Defuntos (p. 1277-1312)
São Missas próprias para as exéquias ou para o aniversário de um falecimento. Além das 3 Missas próprias para o Dia dos Fiéis Defuntos, que, no Missal, vêm no lugar próprio, 2 de Novembro, há mais 38 formulários, que permitem responder a situações diversificadas: quando o defunto é o Papa, ou um jovem, ou alguém que morreu depois de uma longa enfermidade etc.
Serviço comum de Missal
1) Ritos Iniciais 440-445
2) Oração Colecta (Próprio do Tempo)
3) Liturgia da Palavra 448-449
4) Liturgia Eucarística virar
5) Oração sobre as oblatas (Próprio do Tempo)
6) Prefácio
7) Oração Eucarística II 524-528
8) Ritos da Comunhão 544-447
9) Oração depois da Comunhão
1 - As cores e locais das fitas não são obrigatoriamente fixas. Este fato leva a que antes da utilização do Missal se verifiquem se as fitas estão a marcar o local pretendido (respectivo ao dia litúrgico) e qual a sua cor.
2 - Tanto o Prefácio quanto a Oração Eucarística dependem da escolha do Sacerdote. O acólito poderá propor o prefácio de acordo com o Tempo Litúrgico mas terá SEMPRE de confirmar qual o Prefácio e qual a Oração Eucarística que o Presidente da Celebração pretende.
3 - Em relação às marcas verdes enumerando-as de baixo para cima correspondem, respectivamente, às Orações Eucarísticas I, II, III, IV e Ritos da Comunhão.